segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A voz das estrebarias



Depois da baderna protagonizada pela Polícia Militar, que tirou o domingo para explodir bombas e distribuir balas de borracha na capital modelo, certos cavalos vestidos passaram a relinchar sobre a necessidade de "manutenção da ordem". Só não disseram, os equinos, quando o país passou a ter ordem, pois isso ninguém sabe. O país é uma desordem e a polícia vela pela manutenção desse estado de coisas; daí deduzo que a polícia atua para manter a desordem, não o contrário. Para haver ordem, os policiais deveriam priorizar a segurança do cidadão. Mas isso não acontece: além de ser agraciado com bombas, a qualquer momento o cidadão (sic) pode tomar tiro de bandido ou tiro da própria polícia. Se sobreviver, o cidadão (sic) continuará sendo roubado pelos publicanos e pelos bancos, sem que a polícia nada faça. Para haver ordem, a polícia deveria cumprir seu dever constitucional e encarcerar os ladrões de dinheiro público, mas isso não acontece. É mais fácil a polícia prender o denunciante, enquanto o larápio, em seu cargo público, tem preservado seu sagrado direito à proteção policial. Isso é ordem? Têm, os cavalos vestidos, certeza do que falam? Conheceram algum dia, tais cavalgaduras em mangas de camisa, o significado da palavra ordem, ou este já se deteriorou, como todo o resto? Temos então ordem e a polícia trabalha para mantê-la? Entre os bucéfalos de carga, acredita-se que sim.