segunda-feira, 1 de novembro de 2010
O Sul não é o meu país
Se fosse, eu faria as trouxas e cruzaria a fronteira. Seria a ditadura de uma classe média inútil e seus adjacentes, a falar alto e defecar conceitos desprezíveis. Novos-ricos, biltres em roupas ridículas. Safardanas em ternos amassados, comprados em lojas de província. Playboys vadios e embriagados que matam no trânsito sem pagar por seus crimes. Desocupados que leem a Veja. Velhotas vigaristas que bebem veneno. Patifes que votariam em qualquer vagabundo que prometesse instalar grades em suas ruas. Porcos safados, indecentes que dividem o oxigênio com todo tipo de filho-da-puta em seus antros de maledicência e infantilidade. Detentores de pretensa indignação urdida em praças de alimentação de centros comerciais ordinários. Bobos alegres, lambedores de botas. Defensores da ditadura militar, modo de governo bananeiro originado em uma quartelada vagabunda de republiqueta terceiro-mundista. Cafajestes, cães pestiados que odeiam tudo que é diferente. Sexistas, racistas, xenófobos, dissimulados. Moralistas de fundo de quintal. Caras-de-pau. Bêbedos, hereges, apóstatas, fornicários, papistas de ocasião. Proxenetas, frequentadores de casas de tolerância. Tratantes, salafrários. Canalhas, réprobos, especuladores. Entusiastas dos ganhos alheios. Orelhas de burro. Puxa-sacos, traidores, repetidores de frases feitas. Covardes que fogem e culpam os demais por suas patifarias. Nojentos que agridem a língua portuguesa ao abrir a boca. Paspalhos iletrados, caipiras que viajam pra Miami. Desclassificados. Escumalha. Ralé. Corja de analfabetos.