quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Chuva, incompetência e cara-de-pau
Chuva, chuva, alagamentos, engarrafamentos, desmoronamentos, mortos e desabrigados por todo o país. "Em um dia, choveu o previsto para toda a quinzena", dizem os idiotas. Sempre dizem coisas como essas, os idiotas. Se eles dizem, é porque o "previsto" era furado. É papo furado e sempre será. É quase como dizer "vou jogar nesses seis números porque são os que mais saíram na mega-sena". E daí que são os que mais saíram? A probabilidade é sempre a mesma. Portanto, se estão previstos tantos caralhômetros de chuva para quinze dias, e chove esse tanto de caralhômetros em um dia, foda-se; a tentativa de explicação (furada) não resolve nada. O grande problema é: as cidades não resistem a uma chuva? Não falo de um dilúvio, falo de chuva. Não, não resistem. Por quê? Porque os administradores públicos estão preocupados com eleições a cada dois anos. Querem viajar atrás do apoio de bandoleiros, rufiões e outros membros da nata bananeira; pensam em beneficiar seus doadores de campanha, em obras que apareçam aos olhos dos jumentos que formam fila para eleger esses trastes. Também vale liberar construções de comparsas em áreas de proteção ambiental ou que não comportam edificações. Ou fazer vista grossa antes de comparecer à inauguração do empreendimento, como dizem as mulas-sem-cabeça. Depois de tudo isso, "choveu demais". Quando "chove demais" e tudo vai abaixo, os jumentos gritam diante das câmeras, xingam os administradores públicos idiotas que eles mesmos elegeram. Algum tempo depois, marcham rumo à urna eletrônica e votam nos mesmos idiotas. Isso quando não votam em idiotas piores que os primeiros. Porque, em se tratando de Brasil e raça humana, nada é tão ruim que não possa piorar. E bastante!