quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
A regurgitar
Odeio gárgulas que usam ridículas expressões em inglês. Na ordinária vidinha, em blogs ou nas redes de neobabuínos. Nem o português aprenderam em suas famigeradas escolas! Não sabem nem onde fica o Paraguay. Dê-me um globo que não nomeie os mares e mostrarei a ignorância das ruas. E vêm os crápulas com whoddafuck, you know e outras escrotices, com cara de imbuia de quem mija no mar enquanto fita o horizonte. Adoram notícias sobre o congresso americano, inutilidades bloomberg e outras bobagens. São especialistas em fezes, próprias e alheias. Que sejam pendurados! Que sejam chamados de cavalos! Cavalgaduras mal vestidas. That's all!
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Peixinho no carro: todo cuidado é pouco
Mantenha distância ou vire a primeira à direita! Crentes não respeitam as leis de trânsito. Eles acham que não precisam respeitar as leis de trânsito. Porque as leis de trânsito são leis do homem, e não de Deus, entende? Quando penso que o carro com peixinho não vai dar sinal, eis que ele não dá sinal mesmo. E ele entra à esquerda ou muda de faixa, como se todos fossem obrigados a antever o movimento. Carro com peixinho atrás fica parado no meio da rua, com o filisteu à espera da mulher gorda comprar canudinho para a festa do insuportável filhinho deles. Se você reclamar, não é do povo de Deus. Está possuído. Se você se envolver em um acidente com um crente, a culpa será sua. Se um crente estiver devendo pra você, você é que vai acabar devendo pra ele. Crente não respeita as leis de trânsito, nem as mais comezinhas regras da convivência em sociedade, porque acha que o D'us dele vai sempre proteger. Não interessa se ele está a duzentos por hora ou se furou uma fila. Não nos esqueçamos que um dia roubaram todos os animais que conseguiram carregar do Egito com as bênçãos de D'us. Mas é preciso dar um desconto. Pense em algo que não teve início e não terá fim, que é eterno e que no entanto pensa. Que criou o universo sem grande esforço, que é onipresente e onipotente, que está a anos-luz de distância de nossa miséria, mas que, ainda assim, fica triste com as cagadas de humanos idiotas. Apesar de tanta sabedoria, onipotência e humildade, esse Ser faz questão de que cantem a Sua glória. Caso contrário, e apesar de sermos imperfeitos, burros e maus, enquanto Ele emana toda a perfeição e bondade do universo, nos manda para o inferno criado por Ele mesmo. É como dar uma arma carregada para uma criança de três anos e culpá-la por matar o irmão de dois. Não dá pra levar muito a sério quem leva isso tudo a sério.
domingo, 23 de janeiro de 2011
Enoteca Edevaldo Requeijão
Mais uma realização de minha futura administração em Curitiba, a capital-farol do grupo de planetas que gira ao redor de certa estrela de quinta grandeza: um memorial para homenagear conhecidos enólatras da província, todos austeros e probos administradores. Chamarei todos os arquitetos da capital-farol, além de mão de obra barata, para erguermos juntos esta obra que orgulhará os pósteros. Veja como será esse monumental edifício.
Térreo: estátua de Edevaldo Requeijão, com cinco metros de altura, em mármore; estudiosos analisarão suas madeixas e o cuidadosamente trabalhado butim (não será possível fotografar). Galeria Apolínea: série de estudos, em mármore e bronze, da anatomia de conhecidos e probos administradores. Construiremos um átrio e um jardim de inverno.
Primeiro andar: Biblioteca des Maurices, coleção dos melhores livros do mundo sobre a arte do vinho; Sala de Bourgogne, espaço para o dolce far niente contemporâneo, dos velhos aos novos de guerra; Sala dos Grãos, seção de livros sobre boa administração portuária; Sala de Hermes, arquivo de canalhices da imprensa contra boas administrações. Todos os meses haverá palestras com temas como "A Ação do Método Catártico" e "A Violência como Embrião das Sociedades Humanas".
Segundo andar: Pinacoteca Edevaldo Requeijão, colossal esforço para retratar os momentos marcantes na vida de inigualáveis estirpes. Destaque para "Coroação do Requeijão Napoleão Redivivo" (óleo sobre tela, 260 x 170 cm); "Edevaldo Magno Atravessa o Estige" (óleo sobre tela, 350 x 190 cm); "Ferreirinha nos braços da Walkirias" (acrílico sobre tela, 160 x 90 cm) e "Batalha nos Arredores de Antonina" (óleo sobre tela, 700 x 450 cm). No segundo andar também ficará a "Suíte Galleta", série de litogravuras que tem Netuno como personagem central lá na baía de Paranaguá. Destaques: "Poseidon na Ilha das Serpentes" e "Calado, Helesponto Reconquistado".
Terceiro andar: Sala de Baco, espaço para degustação de vinhos; Café Bon-Vivant (um amplo e arejado espaço com sofás e gamão); Charutaria Puebla.
Quarto andar: Museu Edevaldo Requeijão, onde será possível conhecer as taças usadas por grandes administradores, saca-rolhas, garrafas vazias, toalhas manchadas, tonéis, fotos de viagens, mapas, manuscritos sobre a catarse da violência, fuzis, escopetas, pistolas automáticas e rolhas cuidadosamente guardadas. Destaques: Chapoutier Ermitage le Pavillon; Colgin Cabernet Sauvignon Tychson Hill Vineyard; Chave Hermitage Cuvee Cathelin. Haverá um catálogo com todos os vinhos experimentados por probos administradores, bem como os de safras menores, servidos a assessores, assessoras de alcova, comissionados e blogueiros - dos hirsutos aos escanhoados.
Térreo: estátua de Edevaldo Requeijão, com cinco metros de altura, em mármore; estudiosos analisarão suas madeixas e o cuidadosamente trabalhado butim (não será possível fotografar). Galeria Apolínea: série de estudos, em mármore e bronze, da anatomia de conhecidos e probos administradores. Construiremos um átrio e um jardim de inverno.
Primeiro andar: Biblioteca des Maurices, coleção dos melhores livros do mundo sobre a arte do vinho; Sala de Bourgogne, espaço para o dolce far niente contemporâneo, dos velhos aos novos de guerra; Sala dos Grãos, seção de livros sobre boa administração portuária; Sala de Hermes, arquivo de canalhices da imprensa contra boas administrações. Todos os meses haverá palestras com temas como "A Ação do Método Catártico" e "A Violência como Embrião das Sociedades Humanas".
Segundo andar: Pinacoteca Edevaldo Requeijão, colossal esforço para retratar os momentos marcantes na vida de inigualáveis estirpes. Destaque para "Coroação do Requeijão Napoleão Redivivo" (óleo sobre tela, 260 x 170 cm); "Edevaldo Magno Atravessa o Estige" (óleo sobre tela, 350 x 190 cm); "Ferreirinha nos braços da Walkirias" (acrílico sobre tela, 160 x 90 cm) e "Batalha nos Arredores de Antonina" (óleo sobre tela, 700 x 450 cm). No segundo andar também ficará a "Suíte Galleta", série de litogravuras que tem Netuno como personagem central lá na baía de Paranaguá. Destaques: "Poseidon na Ilha das Serpentes" e "Calado, Helesponto Reconquistado".
Terceiro andar: Sala de Baco, espaço para degustação de vinhos; Café Bon-Vivant (um amplo e arejado espaço com sofás e gamão); Charutaria Puebla.
Quarto andar: Museu Edevaldo Requeijão, onde será possível conhecer as taças usadas por grandes administradores, saca-rolhas, garrafas vazias, toalhas manchadas, tonéis, fotos de viagens, mapas, manuscritos sobre a catarse da violência, fuzis, escopetas, pistolas automáticas e rolhas cuidadosamente guardadas. Destaques: Chapoutier Ermitage le Pavillon; Colgin Cabernet Sauvignon Tychson Hill Vineyard; Chave Hermitage Cuvee Cathelin. Haverá um catálogo com todos os vinhos experimentados por probos administradores, bem como os de safras menores, servidos a assessores, assessoras de alcova, comissionados e blogueiros - dos hirsutos aos escanhoados.
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Brasil, leniência e desídia
É o nome do meu novo samba. Temos preguiça para quase tudo, menos para o que não presta: ligar a televisão, falar mal do vizinho e de familiares inúteis, frequentar praia fedida, furar sinal, encher a pança com essa lavagem que chamam de cerveja, degustar carne podre em rodízios. O brasileiro é um cabeça-de-vento. Passa de 600 o número de mortos em uma área que há anos as autoridades sabiam que ia desabar quando chovesse. Mas o povo é solidário: comerciantes inúteis aumentam o preço da água e da comida. Um povo sério e eficiente: as doações são abandonadas e apodrecem na chuva. Traçamos um plano urgente: a Força Aérea só chega ao local com três dias de atraso. É hora de somar forças: o prefeito de uma cidade atingida impede a Cruz Vermelha de trabalhar. Os legisladores pensam no bem comum: 30 projetos com medidas para amenizar os efeitos das enchentes estão parados no Congresso, porque os parlamentares só pensam em putaria e roubalheiras. O país do futuro: o novo Código Florestal libera a ocupação em áreas de preservação, porque especuladores imobiliários e ruralistas querem. Agora vou registrar o meu samba, antes que algum brasileiro vagabundo roube a ideia, grave uma merda de cd com pagodeiros analfabetos e vá chorar no Faustão, dizendo que é injusto receber tão pouco em direitos autorais.
Um canil! E fede.
Um canil! E fede.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Abyssus abyssum invocat
Curitiba é tão perfeita, tão perfeita, que não precisa de nada. Como prefeito, minha única ação seria mandar construir o MEMORIAL DO IDIOTA DESCONHECIDO.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Otários de Curitiba terão passagem a R$ 2,50
Leio hoje que a passagem de ônibus em Curitiba deverá subir dos atuais R$ 2,20 para R$ 2,50. Exulto, dado que o gado merece. Lamento apenas um reajuste tão inexpressivo. A tarifa devia no mínimo dobrar, chegando a módicos R$ 4,40. Ou ter logo seu valor arredondado para R$ 5, cincão em linguagem de pastelaria de terminal ordinário. Porque um povo de bunda-moles como o de Curitiba merece ser constantemente vilipendiado e enganado - como quando certo vice-prefeito playboy, hoje governador, fingiu romper com o titular, hoje seu secretário, citadino condenado em última instância e escolado em um governo de bandalheiras no planalto central, para que o inexpressivo playboy forjasse uma redução nas tarifas, pavimentando assim a volta de certa trupe ao cofre, para delírio de milhares de idiotas que formam filas nos fétidos terminais. Defendo a passagem a cincão, pois para o povo de Curitiba, autocentrado, ignorante e com sangue de barata, tanto faz como tanto fez: na hora da urna votará nos mesmos e velhos estrupícios, fará discursos contra toda e qualquer possibilidade do novo. Porque o curitibano é um otário. E a canção já dizia: bolso de otário é nas costas, virado de boca pra baixo.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Maldito é o litoral do Paraná
Vejo por aí que "o sertanejo é o ritmo que tomou conta do litoral". Tudo de novo? Mais uma vez essa bosta? Não se cansam de tanta porcaria? Pois que seja, a mim pouco se me dá! Pago pra ficar longe de babacas bebedores de latas de lavagem e seus carros que vomitam essa desgraça sertaneja. O litoral do Paraná devia ser visitado todos os anos por missões internacionais, que fariam estudos sobre como as coisas não devem ser feitas. Aposto que as praias da Normandia circa 1945 a.D. eram bem mais limpas e seguras.
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