sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Lixo hospitalar em aterro, ar poluído e ônibus desgovernado: depois, eu é que sou chato

Três notícias da Gazeta do Povo desta quinta-feira, 2 de setembro:

1 - A maravilhosa prefeitura de Curitiba foi multada em R$ 100 mil por causa do descarte de lixo hospitalar no aterro da Caximba, aquele problema no sul da cidade que certo ex-prefeito não teve competência, coragem e vontade para resolver. A prefeitura, como sempre, deu desculpas esfarrapadas. Essa é a "capital ecológica", segundo idiotas, puxadores de saco profissionais e meia dúzia de cafajestes salafráfios. Leia aqui.

2 - Levantamento do IBGE mostra que em 2008 a região metropolitana de Curitiba teve 41 registros de poeira em excesso no ar, contra doze na região do Rio de Janeiro e quatro em São Paulo. "Na série histórica do dióxido de enxofre, que pode causar chuva ácida, Curitiba chegou a registrar 13 violações em 2005", diz o texto. Deve ser esse o ar puro da "capital ecológica". A cidade está transbordando de carros porque o transporte coletivo é um merda e a prefeitura não faz nada além de "binários" (que estavam previstos no plano gestor da cidade há umas duzentas décadas). E certo ex-prefeito se promoveu com a demagogia sobre certo metrô que não saiu do papel. O metrô não saiu do papel, mas a grana para centenas de estudos e outras enganações saiu do cofre municipal. E como saiu, mas isso ninguém fala. Mais sobre o ar podre de Curitiba aqui.

3 - No ano passado, uma mulher morreu porque a porta de um ônibus abriu sozinha. O que deu a investigação? Nada. Dias depois, uma senhora caiu para fora do ônibus e foi arrastada por causa de um problema semelhante. O que deu a investigação? Nada. Dia desses, um ônibus desgovernado invadiu uma loja no centro da cidade e matou duas pessoas. O que deu a investigação? Nada. Nesta quarta-feira, outro ônibus desgovernado bateu em cinco carros estacionados. Onze pessoas ficaram feridas. Deve ser esse o "transporte modelo". Certo ex-prefeito abriu uma licitação para contratar as empresas de transporte coletivo (só porque o Ministério Público exigiu) com um único objetivo: manter as mesmas empresas. Mais sobre o acidente de quarta-feira aqui.

Essas os blogueiros que ganham da prefeitura não noticiam. Pergunte pra eles por quê. Seria o caso de a população cagar dentro de sacos plásticos e jogar na cara dos "administradores" e dos vereadores, mas isso nunca acontecerá. Pois uma coisa é certa: mesmo que os ônibus matem duzentos por dia, mesmo que o ar fique preto, mesmo que a cidade inteira se transforme em um aterro fedido, o prefeito, seja ele quem for, terá 70% de aprovação. Porque o curitibano não pensa: solta flatulências pelo cérebro.

Curitiba não é uma cidade, é um inferno a céu aberto.