Os vereadores de Curitiba têm três atribuições: puxar o saco do prefeito, apresentar projetos inúteis e descansar. Por isso, quem pode deita e rola na capital dos jacus. Se você vier pra cá, correrá o sério risco de ser importunado por algum alarme ridículo, de carro ou casa, a qualquer hora do dia ou da noite. Porque em Curitiba o único direito que existe é o direito de propriedade: quem tem manda; quem não tem obedece, fica quieto e ainda vota nos bostas que nada fazem na prefeitura e na Câmara. A lei municipal diz o seguinte: se o alarme persistir por quinze minutos, o responsável fica sujeito a multa. Só que experimente ligar para a “fiscalização” da prefeitura para ver no que dá. Dá em nada. E tem mais: como a tolerância é de quinze minutos, o alarme funciona por, digamos, dez minutos. Dá dois minutos de folga e recomeça um novo ciclo de quinze minutos. Enquanto isso, as otoridades fingem preocupação com cigarros fumados sob marquises. Meu sono não interessa, o que interessa é essa patética cruzada contra cigarros. Porque não tem homem na prefeitura nem na câmara para peitar as dondocas e os cavalos vestidos que instalam alarmes até dentro do rabo. É que a prefeitura está cochilando, como diz o próprio prefeito; já os vereadores têm apenas três funções: puxar o saco do prefeito, apresentar projetos inúteis e descansar. E não têm cérebro para fazer as três coisas ao mesmo tempo. Primeiro eles puxam o saco do prefeito, depois apresentam projetos inúteis. Depois de uma nova puxadinha no saco do prefeito, aproveitam o restante da semana (uns quatro dias, pelas nossas contas) para descansar.
Quem não gostou que vá passear de Interbairros II com a Maria Louca - a original, não o governador.